É bom estar de volta, mesmo que por pouco tempo, e mesmo que nesse meio tempo eu não possa ver todas as pessoas que tenho e morro de saudade.
Final do ano, clima natalino, cidade nova, amigos novos...
Hoje caminhando por São Paulo me veio a senssação de nunca ter saído daqui, de nunca ter deixado de viver as coisas que eu vivi aqui, de sempre estar em casa.
Não vou agradecer por tudo nem por todos... A virada de ano não muda nada além do calendário, mudanças são constantes...
Saudades? Sentimento bom que eu sinto, foram tantos momentos, tantas risadas, choros e experiências inesquecíveis!!!
É bom estar escrevendo de novo, mesmo sem saber muito bem o que, é bom estar bem, é bom ter vivido 2010!!!
Esse foi um ano de pessoas raras... Raras nos gestos, nos olhares, nas palavras e no simples jeito de ver a vida.
Não quero me prolongar, ainda tenho muito o que matar saudade, existem raros amigos que ainda não reencontrei!
Sem menos.
Maya
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Vou Por aí
Os tempos de tormenta chegaram e já não há mais a mesma calmaria. Há de ser aquele vento que soprou com força bruta e trouxe junto a ele más lembranças e maus olhados. O mar que banha meu corpo é o mesmo que naufraga minhas embarcações com destino à esperança.
Que doce, breve e esquisita é a vida! Nos faz acreditar que já passamos por tudo, e que para tudo que já passamos temos a fórmula de como solucionar nas mãos. Depois ela própria nos coloca à frente de situações inimagináveis.
Agora acalma-te que depois da tempestade vem a calmaria, depois da briga vem o beijo, depois da cortina os aplausos e vem como se não existisse mais nada capaz de nos fazer sofrer, de nos fazer chorar. A mudança é sempre positiva, mesmo que no começo doa. E vai doer, mas ela precisa acontecer.
Guarda na mala de partida algumas poucas e boas lembranças: um sorriso amarelado, um abraço que a chuva molhou, um reencontro que a vida ocasionou e aquela noite que esquecida pelas outras pessoas se tornou manhã. Leva nos ouvidos palavras bonitas, faladas em um português não muito correto que você ouvira quando segurou a sacola daquela Senhora no ônibus, ou mesmo aquelas perfeitamente ditas na hora certa quando os raios de sol adentravam o quarto e a única coisa que se via era a beleza. Vai sem medo, e sem vergonha de saber que talvez seja preciso voltar. Vai de corpo e alma. Vai.
Que doce, breve e esquisita é a vida! Nos faz acreditar que já passamos por tudo, e que para tudo que já passamos temos a fórmula de como solucionar nas mãos. Depois ela própria nos coloca à frente de situações inimagináveis.
Agora acalma-te que depois da tempestade vem a calmaria, depois da briga vem o beijo, depois da cortina os aplausos e vem como se não existisse mais nada capaz de nos fazer sofrer, de nos fazer chorar. A mudança é sempre positiva, mesmo que no começo doa. E vai doer, mas ela precisa acontecer.
Guarda na mala de partida algumas poucas e boas lembranças: um sorriso amarelado, um abraço que a chuva molhou, um reencontro que a vida ocasionou e aquela noite que esquecida pelas outras pessoas se tornou manhã. Leva nos ouvidos palavras bonitas, faladas em um português não muito correto que você ouvira quando segurou a sacola daquela Senhora no ônibus, ou mesmo aquelas perfeitamente ditas na hora certa quando os raios de sol adentravam o quarto e a única coisa que se via era a beleza. Vai sem medo, e sem vergonha de saber que talvez seja preciso voltar. Vai de corpo e alma. Vai.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
:: Escutatório :: Rubem Alves
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.
Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás, duas mulheres conversavam. Uma delas contava para a amiga os seus sofrimentos. (Contou-me uma amiga, nordestina, que o jogo que as mulheres do Nordeste gostam de fazer quando conversam umas com as outras é comparar sofrimentos. Quanto maior o sofrimento, mais bonitas são a mulher e a sua vida. Conversar é a arte de produzir-se literariamente como mulher de sofrimentos. Acho que foi lá que a ópera foi inventada. A alma é uma literatura. É nisso que se baseia a psicanálise...) Voltando ao ônibus. Falavam de sofrimentos. Uma delas contava do marido hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia - a enfermeira nunca acertava -, dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao fim, esperando, evidentemente, o aplauso, a admiração, uma palavra de acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: “Mas isso não é nada...“ A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira.
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico“), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião.
Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em “U“ definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: “Meus irmãos, vamos cantar o hino...“ Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto...
Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.
Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás, duas mulheres conversavam. Uma delas contava para a amiga os seus sofrimentos. (Contou-me uma amiga, nordestina, que o jogo que as mulheres do Nordeste gostam de fazer quando conversam umas com as outras é comparar sofrimentos. Quanto maior o sofrimento, mais bonitas são a mulher e a sua vida. Conversar é a arte de produzir-se literariamente como mulher de sofrimentos. Acho que foi lá que a ópera foi inventada. A alma é uma literatura. É nisso que se baseia a psicanálise...) Voltando ao ônibus. Falavam de sofrimentos. Uma delas contava do marido hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia - a enfermeira nunca acertava -, dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao fim, esperando, evidentemente, o aplauso, a admiração, uma palavra de acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: “Mas isso não é nada...“ A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira.
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico“), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião.
Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em “U“ definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: “Meus irmãos, vamos cantar o hino...“ Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto...
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Janelas D'alma
Em novembro a história é outra, menos as noites que serão iguais, monotonamente iguais. É a vida, é o tempo e é a história que passam e deixam seus rastros, que poucos ou ninguém não possa ver, mas que poucos conseguem ou querem ver. Diz-se que quem viver verá, mas muitos viveram e não enxergaram nada. Haveria alguma diferença entre ver e enxergar? Uma com os olhos, a outra com os olhos e a alma? Mas diz-se também que os olhos, janelas da alma. Apenas enxergar, então, não é ver, que isto necessita da alma, os olhos dando passagem para o mundo até a alma, ventania casa adentro atravessada pela janela, descuidadas as venezianas e as vidraças. Seriam os óculos transparentes vidraças d'alma? Mas, se as janelas d'alma são nossos olhos, então, debruçadas no parapeito nossas pupilas dão a ver o que vai pela casa que nos habita e que habitamos, nossa alma. Dali, do alto dos olhos, espia-se por cima da íris, se vê o que por ali caminha, voa, sonha e rasteja. Vê-se ou se crê ver a umidade crescendo, os cantos ensolarados e o frio que vai por ela, porque todos temos frio, um frio na mais ensolarada manhã ou tórrido meio-dia, e a alma estala, crepita, faz trincar e não se parte. Ora, onde já se viu alma partir, não, nem uma, nem outra coisa, nem se vai, nem se multiplica em milhares, centenas ou dezenas. Não. Permanece una, com suas faiscantes janelas a piscar, estrelas, duas a riscar o firmamento de nosso rosto, face, um dos lados da janela, o de fora e que se vê. Face leste, face oeste, será norte ou sul? Não. Não se vê de dentro pra fora, os olhos às avessas. Sabe-se já, a ciência que esmiuça tudo, o que há e de que é feito ali dentro, cones e bastonetes, pontos cegos, líquido cristalino. Mas como é a janela vista de dentro, o parapeito, a vidraça, a veneziana, terá trinco pra quando se fecha nas noites de sono, mesmo na mais longa delas, a eterna noite da vida? Terá cor, será possível vê-la em cores? Não. Não se vê de dentro pra fora e se desconhece profundamente quem nos habita, de que matéria somos feitos, de que nos fazemos e fizemos, o mobiliário, as cadeiras e a mesa para o chá, uma pianola, talvez um colchão. Mas não se deita ao avesso, não se estende o corpo ali quando pede descanso, muito menos se prepara o chá. A música, esta talvez, que nos entra pelas janelas e se funde com nossa matéria, mas não se vê. Como a lua, face clara, face escura, a que se dá a ver e a que se nega. Ali está o que não se vê. Mas deixa ser visto. A piscar dois olhos brilhantes, são as janelas os olhos da alma.
Mário Costa
terça-feira, 13 de julho de 2010
Metranca Neles
Metranca neles
Cultura neles
Escola neles
Trator neles
Metranca neles
Saneamento neles
Asfalto neles
Terra neles, fecha a tampa
Metranca neles
Shakespeare neles
Asfalto neles
Terra neles, fecha a tampa
Metranca neles
Shakespeare neles
Esporte neles
Abobrinha neles
Nabo neles
Arciboldo neles
Antropólogo neles
Terra neles, fecha a tampa
Metranca neles
Dinehiro neles
Direito neles
Marx neles
Metranca neles
Remédio neles
Alta tecnologia neles
Casa neles, fecha a tampa
Metranca neles
Luz neles
Foco neles
Câmera neles
Eles neles, tampa o ralo.
Danilo Monteiro
A Saga Do Menino Diamante
NOVA TEMPORADA DO ESPETÁCULO/FESTA
AOS SÁBADOS, DAS 22 ATÉ ÀS 4 HS
RUA FREDERICO BROTERO, 60
PATRIARCA
http://doloresbocaaberta.blogspot.com
sábado, 12 de junho de 2010
JOHN KEATS
Cena do filme "Brilho de Uma Paixão"
"Antes fôssemos como as borboletas, e vivêssemos só três dias de verão...Três dias assim com você que eu preencheria de tanto prazer que 50 anos normais jamais poderiam conter..."
"Bright star, would I were steadfast as thou art -
Not in lone splendour hung aloft the night
And watching, with eternal lids apart,
Like Nature's patient, sleepless Eremite,
The moving waters at their priestlike task
Of pure ablution round earth's human shores,
Or gazing on the new soft-fallen mask
Of snow upon the mountains and the moors -
No - yet still stedfast, still unchangeable,
Pillow'd upon my fair love's ripening breast,
To feel for ever its soft fall and swell,
Awake for ever in a sweet unrest,
Still, still to hear her tender-taken breath,
And so live ever - or else swoon to death."
Not in lone splendour hung aloft the night
And watching, with eternal lids apart,
Like Nature's patient, sleepless Eremite,
The moving waters at their priestlike task
Of pure ablution round earth's human shores,
Or gazing on the new soft-fallen mask
Of snow upon the mountains and the moors -
No - yet still stedfast, still unchangeable,
Pillow'd upon my fair love's ripening breast,
To feel for ever its soft fall and swell,
Awake for ever in a sweet unrest,
Still, still to hear her tender-taken breath,
And so live ever - or else swoon to death."
http://www.youtube.com/watch?v=E380zZ-cRQE
terça-feira, 8 de junho de 2010
Os 4 Elementos
Jac no Beco. Belíssima
Eu sou a terra quando sinto, toco, cheiro. Sou filha da terra, dela eu vim e para ela voltarei. Ao toque ela se desfaz, vira pó e escorre entre os dedos fazendo cócegas e carícias... A terra me constrói...TERRA meu corpo!
Eu sou o ar quando ele está em minhas mãos, quando por quase um segundo me sinto tirando os pés do chão. Posso ser a brisa por fora, e por dentro um furacão! O ar me pertence... AR meu sopro!
Eu sou o fogo quando em minhas mãos ele ganha vida, fazendo um misto de desenho e luz. Ele faz meu coração pulsar, o sangue ferver e a adrenalina saltar aos olhos...O fogo me invade... FOGO meu espírito!
quinta-feira, 27 de maio de 2010
A Escrivaninha e O Corvo
-Eu não faço ideia..."
É difícil escrever quando o convívio com minhas próprias palavras e pensamentos se torna cada vez mais confuso. É cada vez menos nítido aquilo que eu penso, e as ideias de futuro se esvaem... O coração aperta, os olhos se enchem de lágrimas e o quarto está cada vez mais bagunçado, reflexo da minha vida eu sei. É como da outra vez, só que agora um pouco mais difícil, por que dessa vez andar um pouco sozinha e ver um bom filme não resolvem muita coisa. Ainda não está nada claro, a lâmpada da ideia brilhante ainda não ascendeu, e o plano infalível, faliu. Agora é preciso ter calma, é preciso me encontrar, se é que isso é possível, talvez seja melhor me construir novamente, até porque, aquilo que se perde e depois se acha sempre volta danificado. Eu quero o novo, de novo! Eu quero motivo para levantar da cama mesmo nos dias chuvosos, eu quero força para encarar as caras feias, as más vontades, as faltas de bom senso e as quebras de expectativas.
Hoje caminhando pela rua, era como se qualquer pessoa no meio daquela multidão tivesse um motivo melhor para viver do que eu(Que comparação a minha, eu nem tenho um motivo...) Eu nem tenho tempo para ter um! De que me serve o dinheiro se nada que eu compro me satisfaz? De que me serve ter vários livros e não ter tempo, nem sequer dentro do onibus, para lê-los? De que me serve a máscara da beleza se quando ela derrete só o que me resta são as olheiras e a cara lavada? De nada me serve continuar à viver desse jeito...
Chega naquele momento que não importa mais os conselhos e palavras confortantes, chega naquela hora que você quer jogar tudo pro alto e começar tudo de novo... Talvez seja isso... "Começaria tudo outra vez se preciso fosse". Porém, não é simples assim, existem milhões de coisas relacionadas, existe a quebra de expectativa alheia, as decepções daqueles que tanto acreditaram em você, existe a cobrança do tempo perdido e das oportunidades jogadas fora... É um processo longo, doloroso, e que infelizmente só pode ser passado sozinho. Preciso de força, de coragem, preciso de "Grandileza" e de amor!
E a pergunta é: Quem sou eu, e que caminho devo seguir?Só para não passar em branco, hoje eu vi alguém muito parecido com você no onibus. Sim, eu poderia até dizer que era você, o mesmo cabelo, o mesmo nariz, as mesmas mãos, mas os olhos não eram os mesmos... Um pouco mais jovens, menos cansados, confiantes e ainda carregavam alguma atenção na vida. Eu sorri, por um instante, eu sorri. E antes de descer eu quis olhar mais uma vez só para ter certeza... ah como parecia você! Ainda assim os olhos não eram os mesmos...
terça-feira, 25 de maio de 2010
Relembrar...
Num dia desses ou, numa noite dessas
você sai pela sua rua ou, pela sua cidade ou,
ou, sei lá, pela sua vida, quando de repente,
por detrás de uma árvore, apareço eu!!!
Mescla rara de penúltimo mendigo
e primeiro astronauta a pôr os pés em vênus.
Meia melancia na cabeça, uma grossa meia sola em cada pé,
as flôres da camisa desenhadas na própria pele
e uma bandeirinha de táxi livre em cada mão.
Ah! ah! ah! Você ri... você ri porquê só agora você me viu.
Mas eu flerto com os manequins,
o semáforo da esquina me abre três luzes celestes.
E as rosas da florista estão apaixonadas por mim, juro,
vem, vem, vamos passear. E assim meio dançando, quase voando eu
te ofereço uma bandeirinha e te digo:
Já sei que já não sou, passei, passou.
A lua nos espera nessa rua é só tentar.
E um coro de astronautas, de anjos e crianças
bailando ao meu redor, te chama:
vem voar.
Já sei que já não sou, passei, passou.
Eu venho das calçadas que o tempo não guardou.
E vendo-te tão triste, te pergunto: O que te falta?
...talvez chegar ao sol, pois eu te levarei.
Ah! Ah! Ah! Ah!
Louco, louco, louco! Foi o que me disseram
quando disse que te amei.
Mas naveguei as águas puras dos teus olhos
e com versos tão antigos, eu quebrei teu coração.
Ah! Ah! Ah! Ah!
Louco, louco, louco, louco, louco! Como um acróbata demente saltarei
dentro do abismo do teu beijo até sentir
que enlouqueçi teu coração, e de tão livre, chorarei.
Vem voar comigo querida minha,
entra na minha ilusão super-esporte,
vamos correr pelos telhados com uma andorinha no motor.
Ah! Ah! Ah!
Do Vietnã nos aplaudem: Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
E um anjo, o soldado e uma criança repetem a ciranda
que eu já esqueci...
Vem, eu te ofereço a multidão, rostos brilhando, sorrisos brincando.
Que sou eu? sei lá, um... um tonto, um santo, ou um canto a meia voz.
Já sei que já não sou, nem sei quem sou.
Abraça essa ternura de louco que há em mim.
Derrete com teu beijo a pena de viver.
Angústias, nunca mais!!! Voar, enfim, voaaaarrr!!!
Ama-me como eu sou, passei, passou.
Sepulta os teus amores vamos fugir, buscar,
numa corrida louca o instante que passou,
em busca do que foi, voar, enfim, voaaaarrr!!!
Ah! Ah! Ah! Ah!...
Viva! viva os loucos!!! Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
Viva! viva! viva!
...
você sai pela sua rua ou, pela sua cidade ou,
ou, sei lá, pela sua vida, quando de repente,
por detrás de uma árvore, apareço eu!!!
Mescla rara de penúltimo mendigo
e primeiro astronauta a pôr os pés em vênus.
Meia melancia na cabeça, uma grossa meia sola em cada pé,
as flôres da camisa desenhadas na própria pele
e uma bandeirinha de táxi livre em cada mão.
Ah! ah! ah! Você ri... você ri porquê só agora você me viu.
Mas eu flerto com os manequins,
o semáforo da esquina me abre três luzes celestes.
E as rosas da florista estão apaixonadas por mim, juro,
vem, vem, vamos passear. E assim meio dançando, quase voando eu
te ofereço uma bandeirinha e te digo:
Já sei que já não sou, passei, passou.
A lua nos espera nessa rua é só tentar.
E um coro de astronautas, de anjos e crianças
bailando ao meu redor, te chama:
vem voar.
Já sei que já não sou, passei, passou.
Eu venho das calçadas que o tempo não guardou.
E vendo-te tão triste, te pergunto: O que te falta?
...talvez chegar ao sol, pois eu te levarei.
Ah! Ah! Ah! Ah!
Louco, louco, louco! Foi o que me disseram
quando disse que te amei.
Mas naveguei as águas puras dos teus olhos
e com versos tão antigos, eu quebrei teu coração.
Ah! Ah! Ah! Ah!
Louco, louco, louco, louco, louco! Como um acróbata demente saltarei
dentro do abismo do teu beijo até sentir
que enlouqueçi teu coração, e de tão livre, chorarei.
Vem voar comigo querida minha,
entra na minha ilusão super-esporte,
vamos correr pelos telhados com uma andorinha no motor.
Ah! Ah! Ah!
Do Vietnã nos aplaudem: Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
E um anjo, o soldado e uma criança repetem a ciranda
que eu já esqueci...
Vem, eu te ofereço a multidão, rostos brilhando, sorrisos brincando.
Que sou eu? sei lá, um... um tonto, um santo, ou um canto a meia voz.
Já sei que já não sou, nem sei quem sou.
Abraça essa ternura de louco que há em mim.
Derrete com teu beijo a pena de viver.
Angústias, nunca mais!!! Voar, enfim, voaaaarrr!!!
Ama-me como eu sou, passei, passou.
Sepulta os teus amores vamos fugir, buscar,
numa corrida louca o instante que passou,
em busca do que foi, voar, enfim, voaaaarrr!!!
Ah! Ah! Ah! Ah!...
Viva! viva os loucos!!! Viva! viva os loucos que inventaram o amor!
Viva! viva! viva!
...
sábado, 8 de maio de 2010
A Carta
Você não imagina o quanto é difícil não morar mais com você. Chegar em casa e não ter aquela comida que só você sabe fazer, eu tenho sentido tanta fome dela... Não estar mais ai para te ajudar a escolher um roupa bonita para sair, não poder te ajudar naquelas famosas segundas-feiras, não fazer janta quando você chega cansada do trabalho, não assistir filme com você no domingo, não poder simplesmente entrar em casa e dizer - Oi mãe! - As vezes me dá uma vontade de estar ai só pra sentir a sua presença, sem nenhum gesto especial, porque não é preciso, você é toda especial. Desde o seu jeito brava porque eu não limpei meu quarto até quando você sentava na sala para ver novela comigo, você é tão linda... Se as vezes eu te ligo assim do nada no meio da semana sem ter o que falar, é só porque eu quero ouvir sua voz, de certo modo me acalma. Hoje o meu trabalho é uma maneira de me sentir mais você, mais com você. Todos os dias eu me lembro de quando ficava com você até tarde no trabalho, eu gostava tanto...Você me inspira...
Tanto tempo se passou Mãe, e hoje eu posso dizer que somos amigas, eu posso dizer também que tô morrendo de saudade, que as vezes não dá pra aguentar, só que eu tenho que aguentar, só quero que entenda que são poucas as vezes que podemos estar juntas agora, mas isso não importa, quando puder estarei ai para rir com você, rir daquelas bobeiras que só a gente fala. E quando eu não estiver, e você tiver vontade de falar comigo, me liga, nem que seja só pra dizer que tá com saudade.
Obrigada por todas as vezes que você me desculpou pelas besteiras que eu já fiz, saindo de casa eu aprendi o quanto vale a sabedoria de uma mãe. Obrigada por ainda acreditar em mim, mesmo quando nem eu mesma acredito. Obrigada por estar sempre de braços abertos para mim, mesmo quando ninguém mais está. Um dia eu quero chegar a ser metade da mãe que você foi, é e sempre será para mim, para o Mário e para a Carla.
Esqueça as coisas que falamos quando estavamos de cabeça quente, eu sempre quis ser sua filha, e eu sempre achei você a melhor mãe do mundo. Você me ensinou que chorar não resolve os nossos problemas, me ensinou que a gente tem que fazer o melhor pra nossa vida sem prejudicar os outros, e também tem as coisas que você me ensinou sem saber, a dar valor ao nosso próprio trabalho, ensinou a não me deixar enganar pelos outros, me ensinou que na hora que o coração dói, mesmo que seja de amor, eu posso correr para a minha família, ensinou que não importa o quanto o seu filho erre, ele será sempre o seu filho, será sempre amado.
Agora eu começo a construir minha própria vida, e eu dedico à você Mãe. E tudo que eu fizer para melhorar, será pensando em você, porque tudo que você fez por 18 anos foi pensando em mim. E que eu possa dedicar a minha vitória à você por 18, 30, 50 anos da minha vida... Sinta-se a melhor mãe do mundo em saber que a sua filha mais nova conseguiu chegar em algum lugar, mas saiba que é só o começo, ainda vai sentir muito orgulho de mim!
MÃE EU TE AMO
Sua filha
Mayara Cristina
domingo, 25 de abril de 2010
O Beco; Cartola
O BECO; por Veri.
"Ontem me contaram
que ela vive cantando
lamentando o tempo perdido
que comigo passou,
vim saber de tanta coisa
confesso chorei magoado
eu fui culpado
de ter terminado tao cedo nosso grande amor
hoje procurei-a
mas foi tudo em vão
com um leve sorriso nos lábios
respondeu-me não
foi bem feito eu pensei
que mereço esse castigo
ainda é pouco o que tenho por ela sofrido
eu fiz promessas
de joelho jurei
que jamais brigaria
a cada palavra
ela passiva e fria notei
não me dava a menor atenção
e o meu coraçao batendo acelerado
de segundo a segundo
caindo no abismo
e ela com um leve sorriso nos lábios
talvez criticasse todo o meu cinismo"
que ela vive cantando
lamentando o tempo perdido
que comigo passou,
vim saber de tanta coisa
confesso chorei magoado
eu fui culpado
de ter terminado tao cedo nosso grande amor
hoje procurei-a
mas foi tudo em vão
com um leve sorriso nos lábios
respondeu-me não
foi bem feito eu pensei
que mereço esse castigo
ainda é pouco o que tenho por ela sofrido
eu fiz promessas
de joelho jurei
que jamais brigaria
a cada palavra
ela passiva e fria notei
não me dava a menor atenção
e o meu coraçao batendo acelerado
de segundo a segundo
caindo no abismo
e ela com um leve sorriso nos lábios
talvez criticasse todo o meu cinismo"
Cartola
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Que doce vida esquisita...
(...)
" Como é bom a gente ter deixado a pequena terra em que nasceu
" Como é bom a gente ter deixado a pequena terra em que nasceu
E ter fugido para uma cidade maior, para conhecer outras vidas.
Como é bom chegar a este ponto de olhar em torno
E sentir maior e mais orgulhoso porque já conhece outras vidas...
(...)
Que coisa maravilhosa, exclamar. Que mundo maravilhoso, exclamar.
Como tudo é tão belo e tão cheio de encantos!
Olhar para todos os lados, olhar para as coisas mais pequenas,
E descobrir em todas uma razão de beleza.
Agradecer a Deus, que a gente ainda não sabe amar direito,
A harmonia que a gente sente, vê e ouve.
A beleza que a gente vê saindo das rosas; a dor saindo das feridas.
Agradecer tanta coisa que a gente não pode acreditar que esteja acontecendo.
(...)
Lembrar que tinha saído de casa sem destino, que passara num bar, que ouvira uma mazurca,
E agora estava ali, muito perdidamente lembrando coisas bobas de sua pequena vida."
Manoel De Barros
É isso. Exatamente isso!
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Um Dia Acaba... Isso Não é Ruim!
Foto por Veri. Minha fotógrafa oficial.
Tudo mais dia, menos dia, acaba. As relações humanas são assim, tem começo, meio e fim.
Estaria eu sendo pessimista com esse texto? Não, apenas quero entender que o final nem sempre é triste, nem sempre dói, nem sempre nos faz chorar.
Um dia você acorda de manhã, abre os olhos e vê que muita coisa acabou. Você olha para os lados e vê que no final das contas é só você com você mesmo, sempre. Quando você olha no espelho, o que vê? Só você... Por que é isso! Não importa o que aconteça, ou quantos pessoas passem pela sua vida, vai ser sempre só você! Mas saiba que quando você precisar ainda poderá contar com algumas poucas pessoas, mas não se esqueça de que um dia também vai acabar essas poucas pessoas. As relações são assim, como um ciclo, e do jeito que começam, terminam. E o mais engraçado é que elas começam sem você perceber o tamanho da importância delas...Começam no mercado, no ônibus, na rua, no bar e até mesmo dentro de casa. É impossível julgar o valor das nossas relações, porque elas são diferentes, incoparáveis.
Eu aprendi, e vou levar essa lição sempre comigo, um dia acaba! E você tem que estar minimamente preparado para o final, como quando você vai ao cinema, já sabe que o filme tem começo, meio e fim, e que por mais linda e envolvente que seja a história, ela tem que ter um final feliz, por que se é pra ser o fim, que ao menos seja bom! Que nos traga boas lembranças... Não importa o que vem depois do fim, tudo foi vivido até aquele momento, depois disso os créditos não tem tanto valor.
É isso. Todos os dias milhares de relações terminam, porém tantas outras começam. Essa é a graça de viver! Isso é tão irônico, você não acha?
No final das contas, o que realmente importa é saber viver com leveza para começar denovo... Estou em busca dessa insustentável leveza!
segunda-feira, 29 de março de 2010
Passei, passou!
Fotografia por Cris Faga. Veri no Beco. Ela ainda vai comigo aonde eu for.
Com o tempo as mágoas se tornam coisas boas, grandes aprendizados, história para contar em conversas fiadas.
Passei, passou!Tentei, tentamos.
Chega de rancor, de ficar se remoendo, de tentar achar a solução, o culpado e o inocente.
Admito que os ânimos não são mais os mesmos para com essas pessoas, porém nada mais me dói e a vida segue. Caminhemos, e como diz na música "Caminhemos, talvez nos vejamos depois"
Essa estrada é longa e cheia de surpresas, ainda há muito o que conhecer.
Nada é capaz de ser impossível!
Nada é capaz de ser impossível!
Porém, é só mais um lamento entre tantos lamentos.
sábado, 27 de março de 2010
A Festa Acabou...
Cisnes Que Refletem Elefantes, Salvador Dali. "Nem tudo que parece realmente é." (É valido para o caráter alheio)
Algumas pessoas são inacreditáveis... Tomam atitudes inacreditáveis!
Não dá para crer que o que eu passei ontem foi real.
Uma noite tão maravilhosa e divertida, não podia ter acabado pior.
Belos amigos que eu tenho... No final das contas, eu é que não devia confiar tanto assim nos outros. Amigo mesmo, são só uns poucos e bons...
"Eu sou aquela que não aprendeu a ceder aos desastres"
Mas a vida segue não é mesmo?Não há de ser nada... Caminhemos...
Hoje tem mostra de Circo no Beco no Paissandú, como eu já havia divulgado no ultimo post.
Eu faço questão de ir...
Algumas pessoas são inacreditáveis... Tomam atitudes inacreditáveis!
Não dá para crer que o que eu passei ontem foi real.
Uma noite tão maravilhosa e divertida, não podia ter acabado pior.
Belos amigos que eu tenho... No final das contas, eu é que não devia confiar tanto assim nos outros. Amigo mesmo, são só uns poucos e bons...
"Eu sou aquela que não aprendeu a ceder aos desastres"
Mas a vida segue não é mesmo?Não há de ser nada... Caminhemos...
Hoje tem mostra de Circo no Beco no Paissandú, como eu já havia divulgado no ultimo post.
Eu faço questão de ir...
terça-feira, 23 de março de 2010
Circo No Beco 52°
Sexta-Feira 26 de Março
CIRCO NO BECO
Espetáculo de Arte de Rua 52° edição
19:00 no BECO
Rua Belmiro Braga - Vila Madalena
+
FESTA DE ANIVERSÁRIO
23:00 no Espaço Urucum
Rua Belmiro Braga, 37
Cerveja Garrafa $3, 80
Sábado, 27 de Março
MOSTRA CIRCO NO BECO NO PAISSANDÚ
Competições, Palco Aberto, Encontro, Oficinas.
13:00 ás 15:00
Na frente da Galeria do Rock
DICAS
Ontem eu li dois ótimos contos:
O Amor Acaba - Paulo Mendes Campos e Anotações Sobre Um Amor Urbano - Caio Fernando Abreu.
"...; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra; muda ou articulada, e acaba o amor;"
O Amor Acaba - Paulo Mendes Campos e Anotações Sobre Um Amor Urbano - Caio Fernando Abreu.
"...; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra; muda ou articulada, e acaba o amor;"
"Não diz nada, você não diz nada. Apenas olha para mim, sorri. Quanto tempo dura? Faz pouco despencou uma estrela e fizemos, ao mesmo tempo e em silêncio, um pedido, dois pedidos. Pedi para saber toca-lo. Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá me dizer: não.
[...]Escuridão e umidade, calor rijo do teu corpo contra a minha coxa, calor rijo do meu corpo contra a tua coxa. Amanhã não sei, não sabemos."
sexta-feira, 19 de março de 2010
Minhas Noites Vazias
"Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei,
E me agarrei nos teus cabelos, no teu peito, teu pijama, nos teus pés ao pé da cama...
[...]Te adorando pelo avesso
[...]Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que inda sou tua"
Me deu vontade de escrever uma parte dessa música. Sabe-se lá por que...
As vezes eu acho que vou entrar em erupção, e eu vou, na hora certa. Quando der tempo...
"Eu hoje me embriagando
De uisque com guaraná
Ouvi tua voz murmurando...
São dois pra lá, dois pra cá"
sexta-feira, 5 de março de 2010
Re-Tornar
Chega a hora de recomeçar.
Hora difícil, porque para recomeçar, precisamos antes acabar.
Acabar uma história, uma fase, um relacionamento...
Tudo um dia termina, mas será que acaba mesmo?
Um relacionamento de confiança e cumplicidade terminou... Mas e o amor entre elas, acabou?
As madrugadas cheias de risos já não são tão frequentes... Mas e a graça das coisas, acabou?
A troca de confidências já não acontece mais... Mas e a confiança, acabou?
Mas o recomeço é o meu maior conforto. Tudo vai recomeçar bem, eu tenho fé que vai.
Nada será como antes, talvez infelizmente... Eu não serei, nem sou, a mesma... Ela também não. Que bom! Como é bom aprender, como é bom se olhar mais, como é bom estar em paz!
Enfim...
O pior do recomeço é o começo, mas depois tudo há de melhorar, e ai então eu vou ter o prazer de conhece-la novamente, e quem sabe um dia possamos nos re-tornar grandes amigas.
-Olá, prazer, meu nome é Mayara. E o seu?
segunda-feira, 1 de março de 2010
Sr. Tempo
Que sensação é essa? Um calor gélido e ansiado na boca do estômago, uma vontade de... De que mesmo?
De me perder dentro dos teus olhos, matar a minha sede com a sua saliva, fazer com que dois corpos se tornem uma só carne, uma só alma, em uma só cama.
Acho que estou falando demais, me entregando demais.
Mas a entrega nunca é demais se é verdadeira, alguém me disse isso, não me lembro quem.
Enfim, a vida continua, agora um pouco mais motivadora e um pouco menos fugaz.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Texto Para o Filho de Dédalo - 17/05/09
Hoje quando eu acordei, minha alma não quis acordar.
Hoje quando eu acordei, meu coração estava dolorido..
Hoje quando eu acordei, você não acordou junto.
Hoje quando eu acordei... Na verdade... eu nem dormi!
Um vazio sem calma tomava conta do meu quarto. Minha cama girava, mas meu corpo se mantia imóvel, irracional, inconciente...
Raios de sol e de céu azul entravam pelas frestas da janela... Mas em mim, tudo escuro!
O cobertor já não aquecia mais, o travesseiro transbordava sonhos e pesadelos, o som dos pássaros lá fora não trazia mais a mesma paz.
Aos poucos os barulhos cotidianos adentravam as quatro paredes, e o som da sua rejeição já não saia mais da minha cabeça. O teu cheiro já não era mais tão presente no travesseiro ao lado, e os teus olhos já não se abriam primeiro para mim.
Ao levantar, tomei aquele breve café requentado, comi aquele bolo que não era capaz de tirar o gosto amargo da minha boca e da minha vida.
O jornal não trazia mais do que velhas noticias recentes, de um presente bem passado. Para a minha sorte o amor não estampava a primeira página do folhetim, mas por mais que eu quisera, não podia negar que estampado na alma com letras pouco legíveis, talvez um pouco borradas e apagadas, estava uma breve e coplexa história de amor.
Definitivamente um roteiro para teatro, um ato, uma cena de filme, um capítulo da novela das oito. Mas não passava apenas de mais um dia para quem permite se apaixonar, não passava de mais um coração lamentando, não passava de mais um lamento entre tantos ja vistos.
Assim correram os minutos, as horas... Como se cada tic-tac do relógio ecoasse por toda a casa, em cada comodo, em cada canto, em cada parte do me corpo.
E assim, vou desvanecendo nos dias, até que a dor se torne ao menos suportável, e eu possa conviver comigo mesma sem a culpa, sem o mérito nem o mostro, sem o amor e sem você.
I Coríntios 13:
"Ainda que eu fale as linguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine..."
"O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade,
TUDO SOFRE, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA, TUDO SUPORTA... O AMOR JAMAIS ACABA."
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Não Se Prive!
Culpa se refere à responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a outra. O processo de identificação e atribuição de culpa pode se dar no plano subjetivo, intersubjetivo e objetivo.
Eu não entendo por que as pessoas estão sempre procurando a parcela de culpa delas nas coisas. Não podemos simplesmente aceitar que, por mais que "herrar seja umano", as vezes estamos certos!
Me acompanhe: Se uma atitude minha incomoda você, que parcela de culpa eu tenho nisso? Se apenas te incomoda, se não estou te prejudicando, nem ferindo com os seus sentimentos, que culpa tenho eu?
Se você olha para uma garota e diz para o seu amigo "Aquela garota é muito linda!", e o seu amigo depois de um certo tempo, por acaso, se envolve com essa garota. Isso vai te incomodar talvez... Mas o seu amigo tem culpa? Você não era apaixonado nem estava saindo com ela, e se era ou estava por que não disse? Esperar que o seu amigo ou amiga deixe de sair com seu ex namorado(a), só porque é seu ex é muito umbiguismo!POUPE-ME!
Não estou dizendo para todo mundo ligar o Foda-Se e pronto, mas vamos parar de falso moralismo minha gente...
"Não se prive não se prove
Dont't tell me peace and love
Tome logo um engov
pra curar sua ressaca
Da modernidade essa armadilha
Matilha de cães raivosos e assustados
O presente não devolve o troco do passado
Sofrimento não é amargura
Tristeza não é pecado
Lugar de ser feliz não é supermercado"
(Zeca Baleiro - Piercing)
Eu não entendo por que as pessoas estão sempre procurando a parcela de culpa delas nas coisas. Não podemos simplesmente aceitar que, por mais que "herrar seja umano", as vezes estamos certos!
Me acompanhe: Se uma atitude minha incomoda você, que parcela de culpa eu tenho nisso? Se apenas te incomoda, se não estou te prejudicando, nem ferindo com os seus sentimentos, que culpa tenho eu?
Se você olha para uma garota e diz para o seu amigo "Aquela garota é muito linda!", e o seu amigo depois de um certo tempo, por acaso, se envolve com essa garota. Isso vai te incomodar talvez... Mas o seu amigo tem culpa? Você não era apaixonado nem estava saindo com ela, e se era ou estava por que não disse? Esperar que o seu amigo ou amiga deixe de sair com seu ex namorado(a), só porque é seu ex é muito umbiguismo!POUPE-ME!
Não estou dizendo para todo mundo ligar o Foda-Se e pronto, mas vamos parar de falso moralismo minha gente...
"Não se prive não se prove
Dont't tell me peace and love
Tome logo um engov
pra curar sua ressaca
Da modernidade essa armadilha
Matilha de cães raivosos e assustados
O presente não devolve o troco do passado
Sofrimento não é amargura
Tristeza não é pecado
Lugar de ser feliz não é supermercado"
(Zeca Baleiro - Piercing)
O GRANDE ATO
"Sou uma filha da natureza: quero pegar, sentir, tocar, ser. E tudo isso já faz parte de um todo, de um mistério. Sou uma só... Sou um ser. E deixo que você seja. Isso lhe assusta? Creio que sim. Mas vale a pena.Mesmo que doa. Dói só no começo."
Desfruta do meu corpo, da minha carne, porque da minha alma jamais sentirás o gosto nem o cheiro. Afinal o amor é tão carnal.
Deixa fluir o meu sangue como prova da minha pureza... Faz crescer dentro de mim aquilo que te faz meu, mesmo que por um segundo.
Me causa dor, para só depois me mostrar o que é o prazer.
Que os nossos corpos nus e unidos se tornem uma só coisa. Coisa essa me me cause um terremoto de sentimentos... Mas deixa vir a dor!
Eu quero saber qual é o seu gosto, mesmo que ele já esteja um pouco salgado de suor.
Vem sugar da minha boca todo o oxigênio preciso pra viver aquele momento, pois é único!
Depois disso, nunca mais o meu corpo vai sangrar um sangue puro, e a dor por sua vez se tornará prazer, se tornará delicia.
E depois, quando não restar mais nem uma gota de pureza dentro de mim, goza! Mas não ouse tirar o seu olhar do meu, ou então pode perder a chance de me ver mulher pela primeira vez.
Respira aquilo que ainda te resta de ar, beija a minha testa, e olhe de novo para os meus olhos para ter a certeza de que não restou nenhuma sombra de menina(de duvida).
Enfim, me acolhe em teus braços, sente meu coração pulsando, e pulsa junto com ele.
Não diga uma palavra se quer, me segura e não me deixa ir.
Quem Sabe Faz a Hora.
Ontem eu me permiti fazer uma loucura, mas uma daquelas que você fica com dor de barriga antes de fazer, daquelas que se pergunta mais de mil vezes se deve ou não estar ali.
Eu acredito que cada um faz a sua hora, mas que duas pessoas estarem no mesmo lugar na mesma hora ultrapassa toda e qualquer explicação lógica.
Na real, a lógica é: PERMITA-SE! Não deixe o moralismo ou os bons modos e costumes impedirem você de fazer aquilo que a sua razão, emoção e instinto pedem, e quando o seu corpo implorar por isso. Vai!Levanta daí e faz.
Esquece os outros, o mundo é teu. Você não pode controlar o tempo mas o que você faz dentro dele é de total autocontrole, principalmente as tuas atitudes, se é que tens alguma.
Hoje eu me dei conta, que o tempo é insignificante. O que significa alguma coisa é o que fazemos nele, o tempo é curto e tão longo ao mesmo tempo. Uma noite pode ser mais longa do que três anos, uma noite pode ser mais desejável do que três anos, uma noite pode ser o fruto de três anos.
Por que eu demorei tanto para voltar? Eu nunca mais vou demorar tanto assim.
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