quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Escrivaninha e O Corvo


"-Qual é a semelhança entre uma escrivaninha e um corvo?
 -Eu não faço ideia..."

É difícil escrever quando o convívio com minhas próprias palavras e pensamentos se torna cada vez mais confuso. É cada vez menos nítido aquilo que eu penso, e as ideias de futuro se esvaem... O coração aperta, os olhos se enchem de lágrimas e o quarto está cada vez mais bagunçado, reflexo da minha vida eu sei. É como da outra vez, só que agora um pouco mais difícil, por que dessa vez andar um pouco sozinha e ver um bom filme não resolvem muita coisa. Ainda não está nada claro, a lâmpada da ideia brilhante ainda não ascendeu, e o plano infalível, faliu. Agora é preciso ter calma, é preciso me encontrar, se é que isso é possível, talvez seja melhor me construir novamente, até porque, aquilo que se perde e depois se acha sempre volta danificado. Eu quero o novo, de novo! Eu quero motivo para levantar da cama mesmo nos dias chuvosos, eu quero força para encarar as caras feias, as más vontades, as faltas de bom senso e as quebras de expectativas. 
Hoje caminhando pela rua, era como se qualquer pessoa no meio daquela multidão tivesse um motivo melhor para viver do que eu(Que comparação a minha, eu nem tenho um motivo...) Eu nem tenho tempo para ter um! De que me serve o dinheiro se nada que eu compro me satisfaz? De que me serve ter vários livros e não ter tempo, nem sequer dentro do onibus, para lê-los? De que me serve a máscara da beleza se quando ela derrete só o que me resta são as olheiras e a cara lavada? De nada me serve continuar à viver desse jeito...
Chega naquele momento que não importa mais os conselhos e palavras confortantes, chega naquela hora que você quer jogar tudo pro alto e começar tudo de novo... Talvez seja isso... "Começaria tudo outra vez se preciso fosse". Porém, não é simples assim, existem milhões de coisas relacionadas, existe a quebra de expectativa alheia, as decepções daqueles que tanto acreditaram em você, existe a cobrança do tempo perdido e das oportunidades jogadas fora... É um processo longo, doloroso, e que infelizmente só pode ser passado sozinho. Preciso de força, de coragem, preciso de "Grandileza" e de amor! 
E a pergunta é:  Quem sou eu, e que caminho devo seguir?



Só para não passar em branco, hoje eu vi alguém muito parecido com você no onibus. Sim, eu poderia até dizer que era você, o mesmo cabelo, o mesmo nariz, as mesmas mãos, mas os olhos não eram os mesmos... Um pouco mais jovens, menos cansados, confiantes e ainda carregavam alguma atenção na vida. Eu sorri, por um instante, eu sorri. E antes de descer eu quis olhar mais uma vez só para ter certeza... ah como parecia você! Ainda assim os olhos não eram os mesmos...

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