quarta-feira, 4 de setembro de 2013

AQUI JAZ MAYA, ANITA, LOLLA...

Que conste nos autos, que eu estou deixando esse barco, largando a mão, pulando fora, deixando de lado, ou como queira chamar, esse endereço eletrônico.

Aqui jaz muitas lembranças, boas, ruins, inacabadas...
Aqui jaz vários "eus" que nunca serão apagados.

Resgatei daqui algumas poucas lembranças boas e as depositei em https://venenosantimonotonia.wordpress.com/
Lá também constará alguns novos textos, demagogias baratas e bobagens novas.

Novos "eus" estão por vir.

Digo adeus à esses Venenos velhos, e olá aos Venenos novos.
E sempre, obrigado por tudo!

-Maya Costa

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Intitulável



O meu Amor amadureceu e se transformou em cumplicidade
Acordou um dia pela manhã decidindo que não ia mais se contentar com a efervescência das paixões efêmeras, enfim queria saber o que era a tal fidelidade
Não buscou, porque sabia que viria sozinho, não sabia quando, nem onde, mas tinha a certeza de que num domingo qualquer desses, que chove e depois faz sol, ia finalmente ser encontrado.
Eis que então, esbarraram-se com a alma e sem saber o meu Amor mergulhou naqueles olhos marejados de café
Sorriu, e só riu por um longo tempo.
Ali fechados em exclusivo universo paralelo, contentes por estar, e enfim os Amores puderam se entrelaçar.
Impenetráveis de qualquer outro sentimento, ali por si só havia o Amor encontrado o Amor
E como num detalhe pequeno e imperceptível, tal qual a folha que cai na camada fina e sútil de um lago naqueles dias gélidos, tornaram-se um só Amor. 
Trajados sorrisos e gracejos, as pernas se enroscam, as bocas se unem, os corpos se desejam e a alma em paz transcende toda a sua luz.

Essa é a história do dia que o amor se tornou o Amor. 


-Maya Costa


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Algo a Menos


Vazio
Algo a mais
Algo a menos

Molécula por molécula do meu fadigado corpo,
surta.
As correntes energéticas entram em contramão
Se esbarram umas nas outras, transformando tudo em um grande
mix
de loucura e psicopatia.
Os pensamentos já não mais se encaixam,
 não há solução à vista, só algumas visões turvas.

Freaking out!
Freaking out!

Alma gélida
Tesão contido
 E o banal cotidiano de quem se sente vazio.

Vazio, algo a menos.

-Maya Costa

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Enlace


"Eu possa dizer do meu amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."


Há muito que eu queria escrever, contar sobre essa nova fase, colocar cada sentimento em palavras. Mas como, se nem mesmo eu sei como tudo isso aconteceu? Só me veio uma luz... Isso, uma luz logo ali na estação da Luz. E quando eu dei por mim, cá estava você, fazendo morada em mim, despertando aquele sentimento velho, empoeirado, cheios de teias de aranha (teias de mágoas). A principio o medo, em seguida mais medo ainda, mas eu me pergunto, medo de que? Medo de amar? Medo de sair da comoda solidão generalizada? Medo de romper com as minha própria ilusórias ideologias moderninhas?
Pra onde você jogou aquela velha eu, que desprezava qualquer tipo de sentimento, que se esvaía em um ou dois copos de cerveja e por ali mesmo na Rua Augusta se esquecia. 
Há tempos que eu queria escrever, contar sobre essa nova (maravilhosa) fase. E aqui estou, tentando ainda colocar sentimentos em palavras, mas ora vejam que tolice, sentimentos não cabem em palavras vomitadas ou nesse clichê-demagogia barata que escrevo aqui. 
Não sei mais como me expressar sem ser ultra-romântica, sem soar Bayroniana. Como não dizer que encontrei nos seus olhos marejados de café, tudo que eu sempre desejei mesmo que nos sonhos mais profundos e secretos. Meu peito ainda há de explodir, de novo, de novo e de novo. Quantas vezes for necessário, todas as vezes que seus dedos tocarem minha pele, assim nasce um arrepio.
Amar não é nada (quase nada), perto do que eu penso sentir. Penso, porque acho que sinto até mais do que a minha capacidade lógica consegue captar. 
Você é todo o oxigênio do meu mundo, estar sem você é só morrer nas horas, nos minutos, nos segundos...
E eu sei, com absoluta certeza, que isso é pra sempre. O nosso "Eterno enquanto dure". O nosso "Felizes para sempre". O famosos e clichê "Até que a morte nos separe".

Sem mais.
Eu amo você, como eu nunca imaginei amar, como eu nunca imaginei existir amor assim.

Eu sei, nem me reconheço escrevendo tal heresia. 


-Maya Costa Drago

terça-feira, 7 de maio de 2013

Maya encosta




As vezes Maya encosta

E eu rio. 
Foi na maré da tua risada 
Que eu aprendi a remar a vida.

Montado num cavalo branco 
Ogum vigia sua filha. E seus filhos. 
Uma piada de mau gosto 
É isso que somos, e toda 
A liberdade do mundo 
Em dois corações vagabundos.

Um brinde, um brinco. Uma pena.
As vezes Maya encosta 
E eu rio.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ser Mãe de Menino É?

"Do nosso amor a gente é que sabe, pequeno."

Outro dia desses me deparei com um texto que se intitulava "Ser Mãe de Menino É...". Fui ler a nível de curiosidade, e não me surpreendi pois era exatamente o que eu esperava. Um texto meloso, piegas e cheio de clichês. Sem contar que era um tanto quanto machista. Nele seguia o discurso de que ser mãe de menino é descobrir o quão fantástico são as brincadeiras de menino, dando a entender que uma mulher nunca tenha brincado de carrinho, de jogar bola entre outros. Destacava também a incrível descoberta de que, segundo a autora: "Azul é uma cor tão bonita quanto rosa". Ora, veja, eu detesto rosa, sempre detestei e detesto mais ainda a postura de quem ensina a seus filhos que existem "coisas de menina" e "coisas de menino". Poxa vida, tanto tempo a gente vem lutando contra o machismo que impera na sociedade e damos de cara justamente com mulheres que são mais machistas que muitos homens, e pior, mulheres que criam filhos e filhas com essa postura. Devido a essa minha pequena revolta, eu vou pontuar aqui, na minha singela opinião de mãe de um menino, o que é ser mãe de menino.

Ser mãe de menino, é antes de qualquer coisa, ser mãe de um ser humano, pouco importando se é menino ou menina. É aprender e ensinar que diferenças existem sim, mas que devem ser todas respeitadas. Ser mãe de um menino é reviver a infância de menina-moleque, de pé no chão de terra, de caçar tatu bolinha, de brincar escondido com os carrinhos do irmão mais velho. É lembrar do dia em que você pintou o tapete branco da sua mãe de aquarela, até porque, pra aprontar basta ser criança. É fazer como o Chico Buarque e ter saudade do tempo em que a maldade nem tinha nascido.
Ser mãe de menino, é se vestir de monstro, de fada, de rei, de rainha, de bruxo e as vezes até virar cavalo. É ter poderes mágicos que você jamais vai revelar, é dançar, mesmo que sem ritmo, mesmo que sem música, é saber mudar a voz enquanto lê uma história na beirada da cama.
Ah, eu poderia passar o dia aqui, não me faltariam argumentos para dizer o que é Ser Mãe de Menino, ou simplesmente, o que é Ser Mãe. Porém, paro por aqui, até porque, ainda não descobri nem metade das maravilhas da maternidade. Porém, vamos deixar isso pra mais tarde.

E pra você, Ser Mãe de Menino é...?


Maya Costa

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Semente e Fruto

"Tempos viverão em nós."

Com as mãos no teclado e o pé balançando o carrinho. É assim que eu me encontro no atual momento.
Fica um pouco difícil escrever, porque a cada três palavras que eu escrevo, o Bernardo resmunga. Hoje ele decidiu que, com nem um mês de vida, ele já é grandinho o suficiente para não dormir mais como antes. Portanto ele está aqui deitado no carrinho, chupando sua chupeta e vendo a vida passar.

Essa coisa de recém nascido cansa, não vou mentir. Mas achei que fosse mais pesado, mais puxado. Tem dias que é assim mesmo, tem dias que eu pareço um zumbi e normalmente nesses dias banho e escovar os dentes ficam em segundo plano. Por um milagre do destino, eu consegui arrumar meu cabelo, mas não sei se conseguirei repetir essa proeza tão cedo. Bernardo mama que nem um calango seco do deserto, tem dias que eu acho que vai sair leite em pó dos meus peitos. E junto com o leite lá se vai a minha energia, sendo sugada por esse pedaço de gente. Eu estou cada dia mais magra, e creio que quando chegar nos seis meses eu estarei uma vareta de magra, serei apenas peitos enormes!
No mais, não posso reclamar muito, ele dorme bem a noite, tem um pouco de dor de barriga as vezes, mas nada assustador de arrancar os cabelos. Meu bebê é um anjo.

E eu? Bem, eu me sinto cada dia mais leoa, mais protetora, mais ciumenta. Já sou capaz de sentir saudade dele em um curto espaço de tempo, e chega a dar sangue nos olhos quando alguém faz uma coisa com ele contra a minha vontade. Tá aí uma das vantagens de ser mãe solteira, é do jeito que você decidir e pronto, não tem mais ninguém com autoridade maior ou igual a sua para te contradizer.
Que conste também que eu estou recuperando a minha vaidade, aos poucos. É difícil se desapegar da imagem de mãe, e lembrar que ainda existe a Maya Mulher, de desejos, vaidades e sonhos. Aos poucos as coisas vão se encaixar com mais certeza e eu poderei voltar a ser a boa e velha Maya de sempre, ou não. 

Quando ao assunto Mr. Pai, evitarei o máximo possível. Meu sentimento de posse é maior que qualquer pensamento racional de "Que bom que ele quer ficar perto", quando eu quero distância. Afinal, eu passei por tudo sozinha até agora, a gravidez não foi nenhum mar de rosas, psicologicamente falando, sem contar o descaso e a desconfiança. Nada me tira da cabeça que o Bernardo é MEU filho, apenas. 

Fora isso, vamos bem, muito bem! Caminhando, ouvindo boa música e esperando um futuro melhor e mais cheio de brincadeiras. Não preciso nem dizer que ele está cada dia mais lindo, mais gostoso, mais delícia e mais tudo de maravilho que uma mãe coruja pode achar. 

Termino essa postagem ainda com as mãos no teclado e o pé balançando o carrinho. E ele bem acordado e atento a tudo. Que seja sempre assim! 

Maya Costa


TIRA-TEIMA
Bernardo Vilhena

Tire a faca do peito
e o medo dos olhos
Ponha uns óculos escuros
e saia por aí. Dando bandeira

Tire o nó da garganta
que a palavra corre fácil
sem desculpas nem contornos
Direta: do diafragma ao céu da boca

Tire o trinco da porta
liberte a corrente de ar
Deixe os bons ventos levantarem a poeira
levando o cisco ao olho grande

Tire a sorte na esquina
na primeira cigana ou no velho realejo
Leia o horóscopo e olhe o céu
lembre-se das estrelas e da estrada
Tire o corpo da reta
e o cu da seringa
que malandro é você, rapaz
o lado bom da faca é o cabo

Tire a mulher mais bonita
pra dançar e dance
Dance olhando dentro dos olhos
até que ela morra de vergonha

Tire o revólver e atire
a primeira pedra
a última palavra
a praga e a sorte
a peste, ou o vírus?